Revisão de Juros Abusivos: Como Identificar e Buscar a Restituição de Valores

Um guia completo para consumidores que desejam combater cobranças abusivas em contratos bancários.

Introdução

Em um cenário de juros altos e contratos cada vez mais complexos, muitos consumidores acabam sendo vítimas de práticas abusivas por parte das instituições financeiras. Entre as mais comuns está a cobrança de juros excessivos, que onera de forma indevida o consumidor e pode comprometer seu equilíbrio financeiro. Neste artigo, vamos explicar como identificar a abusividade, quando é possível pleitear a revisão judicial e como buscar a restituição dos valores pagos a mais.

O que são juros abusivos?

No Brasil, a cobrança de juros é regulada pelo Código Civil e pelo Banco Central. Embora a Súmula 382 do STJ afirme que “a estipulação de juros remuneratórios superiores a 12% ao ano, por si só, não indica abusividade”, a prática tem limites — especialmente quando os juros ultrapassam a média de mercado ou são cumulados com outras cobranças, como comissão de permanência e multa de mora.

Como identificar a abusividade?

  • Comparação com a média de mercado: O Banco Central divulga periodicamente a média de juros praticados para cada tipo de operação (ex.: cheque especial, financiamento, cartão de crédito).
  • Capitalização de juros: Muitos contratos aplicam juros compostos de forma mensal ou até diária, o que pode elevar a dívida de forma desproporcional.
  • Cláusulas ocultas ou não destacadas: Quando os juros são escondidos no contrato ou não ficam claros ao consumidor.

Como funciona a revisão judicial?

A revisão judicial é uma ação que permite ao consumidor pedir a readequação do contrato bancário para que ele obedeça aos princípios da boa-fé, equilíbrio contratual e função social do contrato. Nela, o juiz poderá:
✅ Limitar a taxa de juros a um patamar razoável;
✅ Determinar a devolução dos valores pagos a mais (em dobro, nos casos de má-fé, conforme o art. 42, parágrafo único, CDC);
✅ Ajustar cláusulas abusivas que oneram excessivamente o consumidor.

Documentos necessários

Para entrar com a ação, é importante reunir:

  • Contrato bancário original;
  • Extratos e comprovantes de pagamento;
  • Planilha demonstrativa dos cálculos (o advogado geralmente providencia com auxílio de um perito).

Conclusão

A revisão de juros abusivos é uma ferramenta poderosa de proteção ao consumidor, mas exige análise técnica e conhecimento jurídico especializado. Se você desconfia de que está pagando valores acima do razoável, consulte um advogado especializado em Direito Bancário para avaliar seu contrato e buscar a restituição de valores indevidos.

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Dr. Fábio Rodrigues

CEO e Sócio Fundador — OAB/SP 381.546

Advogado especialista em Direito Bancário, Fábio Augusto Rodrigues é o idealizador e CEO do escritório, com uma trajetória marcada pelo compromisso em transformar a vida de empresários e consumidores que enfrentam abusos por parte de instituições financeiras.

Desde 2017, dedica-se a pesquisas aprofundadas sobre superendividamento empresarial, revisão contratual e renegociação de dívidas bancárias, desenvolvendo estratégias jurídicas personalizadas que têm gerado resultados expressivos para seus clientes.

Com uma abordagem técnica e ao mesmo tempo prática, Fábio alia conhecimento jurídico de ponta com sensibilidade comercial, atuando de forma direta na proteção patrimonial e na reestruturação financeira de empresas. Sua missão é clara: empoderar o cliente com informação, estratégia e segurança jurídica.

Natural de Franca/SP e casado, conduz sua vida e sua carreira com os mesmos valores que aplica na advocacia: responsabilidade, ética e compromisso com o resultado.

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Desde 2017, dedica-se a pesquisas aprofundadas sobre superendividamento empresarial, revisão contratual e renegociação de dívidas bancárias, desenvolvendo estratégias jurídicas personalizadas que têm gerado resultados expressivos para seus clientes.

Com uma abordagem técnica e ao mesmo tempo prática, Fábio alia conhecimento jurídico de ponta com sensibilidade comercial, atuando de forma direta na proteção patrimonial e na reestruturação financeira de empresas. Sua missão é clara: empoderar o cliente com informação, estratégia e segurança jurídica.

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